Você tem dificuldade com perspectiva? Saiba porque!

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Para uns um bicho de sete cabeças, para outros uma questão de tempo para se adentrar em seus conhecimentos. Mas, por quê será que muitos tem dificuldade com perspectiva, mesmo estudando ? É o que vamos tratar neste post!

Quando começamos a aprender a desenhar em perspectiva, vemos que para representar a realidade no desenho, é um jeito peculiar, e não é bem do jeito que acreditamos ser, como é o famoso caso do desenho de um cubo, onde nós, quando iniciantes, nos chocamos ao ver que a face mais ao fundo de um poliedro precisa ser desenhada com um tamanho menor que a da frente.

É estranho no início, pois, em termos de realidade, a medida das duas são na verdade iguais. E por quê então desenhar diferente dessa premissa? Porque vamos entendendo que na verdade imitamos no desenho o modo que o olho humano capta as imagens, porém sobre um plano bidimensional. E como o nosso modo de enxergar é uma distorção que nos ajuda a ter noção de profundidade, dimensão e volume, os artistas desenvolveram um método de desenhar e transmitir a outros uma impressão semelhante, que é através das diferentes regras de perspectiva, se quisermos transmitir a outras pessoas os mesmo efeitos visuais. Para viabilizar isso incluíram vários estudos, que englobam:

  • linha de horizonte;
  • pontos de fuga (1, 2, 3, e até 4);
  • diferentes tipos de representação;
  • ponto de vista;
  • entre outros.

Mas se você é o caso de uma pessoa que fez um curso de desenho, estudou através de vários livros de desenho, ou ainda teve contato com alguns vídeos de desenho, e ainda não obteve um resultado satisfatório com a perspectiva, deve ter se frustrado com algo que nem você soube explicar, mas que o fez achar que desenhar em perspectiva não era bem para você. Essas dificuldades geralmente acontecem quando o desenhista tenta desenhar em um ângulo específico, mas percebe que sua composição não está bem representada; não consegue representar o que deseja por carecer de elementos; ou até mesmo se depara com alguém que lhe diz que há algo de errado em seu desenho. Sim, eu lhe digo que em muitos casos falta algo que está para além de uma boa instrução ou curso.

Você já deve ter percebido que para qualquer habilidade, algumas pessoas apresentam um desempenho no aprendizado superior a outras, independente da idade, e isso envolve vários fatores, seja no modo de enxergar o mundo, na forma de resolver as coisas, nas oportunidades que apareceram, e nas condições que cada um se encontra.

Caso você tenha estudado bastante, mas ainda tenha muita dificuldade em colocar em prática os conhecimentos de perspectiva, provavelmente isso se deve pela sua noção de espaço que não foi bem desenvolvida como deveria. Esta noção, que desde a infância é promovida em casa e principalmente na escola, se dá pelas atividades que promovem um desenvolvimento cada vez mais apurado da noção espacial, e que é maior ou menor desenvolvida conforme cada criança gosta, se beneficia, ou mesmo teve oportunidade de vivenciar diferentes atividades. Parece algo bobo, mas este é um dos vários elementos sutis que influenciam em sua formação, dado que a principal natureza do desenhista é seu perfil de artista, muito característico por sua sensibilidade em perceber o seu entorno.

Quem se lembra das dobraduras, o famoso origami que algumas professoras estimulavam na escola com seus alunos e que era atrativo por trazer formas conhecidas a um simples pedaço de papel? Com certeza ver aquelas dobras poderia ser algo divertido, interessante; mas, para um desenhista é diretamente um prato cheio para desenvolver sua percepção espacial, dado que imaginar possibilidades cria novas sinapses no cérebro. Através das dobraduras despertamos a vontade de aprender, porque é atrativo, e ao mesmo tempo nos coloca diante de um desafio do não saber, mas querer aprender, uma oportunidade para desenvolver atenção, imaginação, paciência, concentração, principalmente conceitos espaciais, como: frente, trás, cima, baixo, etc. Isso por si só já abre bastante a nossa mente à medida que vamos dedicando.

Mas o desenvolvimento não pára por aí. Você já deve ter percebido que muitos adultos tem uma dificuldade enorme em reconhecer sua direita e esquerda, fato que por si só pode evidencia baixa adesão a determinadas brincadeiras, gincanas entre colegas, etc.; e isso pode ter a ver com o contexto que cada um estava inserido, ou até mesmo de problemas psicológicos, ou ainda uma personalidade que lhe tornou resistente a interagir com outros, mesmo com determinadas brincadeiras. Sim, muitos problemas de adultos surgem na infância, e isso explica traumas e dificuldades que se perpetuam, e lá na frente irão influenciar na qualidade de nosso aprendizado e personalidade.

Alguns irão citar várias formas de passatempos e brincadeiras para crianças, e eu posso citar muitas outras; mas, o importante é mencionar que praticamente todas as brincadeiras saudáveis que são estimuladas na infância, tem uma contribuição no futuro de todo adulto, pois ela adiciona um treinamento que lhe prepara para ser melhor em algumas atividades, fazendo assim parte da personalidade de cada ser, assim como na sua própria profissão.

Mas nem tudo está perdido, pois mesmo que você não seja aquela criança que estimulou tais práticas, ou mesmo não pertenceu a um contexto que lhe favorecia, calme, há um jeito. Se temos dificuldade naquilo que trabalhamos pouco, podemos muito bem trabalhar aquilo que temos dificuldade e colher os seus benefícios. Portanto, para melhorar a sua noção espacial e melhorar sua capacidade de compreender melhor a perspectiva, dedique um tempo a ela, e em paralelo a outras, como origami, moldar peças com massinha, observar “action figures” (figuras de ação), fechar os olhos e tentar tatear objetos, etc. Isso é nada mais que despertar qualidades adormecidas, e que se somam ao desenvolvimento do desenhista.

Outro ponto importante é estimular a curiosidade própria das crianças, aquela que muitos perdem à medida que vão ficando adultos. Sim, observar e não ter medo de julgamentos, seja em casa, na praia, na zona rural, ou em qualquer lugar, principalmente tentando validar aquilo que você estudou sobre perspectiva, pois, o real é não só a melhor referência de estudo de desenho, como um fonte de observação rica de ângulos, movimentos, circunstâncias e diferentes pontos de vista que podemos mudar à medida que vamos nos desenvolvendo e praticando.

Isso não quer dizer que você não precisará estudar e praticar o desenho em perspectiva, pois na verdade esse último estudo é fundamental. Portanto, estimular isso com afinco, poderá dar saltos impressionantes em sua evolução no desenho, principalmente na perspectiva.

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