7 comportamentos nocivos dos desenhistas e como superá-los

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Persistir em certos comportamentos pode gerar problemas graves no desenvolvimento de um desenhista, mas a verdade é que nem todo mundo precisa passar por isso. É pensando em compartilhar experiência que venho ajudar você a trilhar por um caminho menos sinuoso, apresentando aqui alguns comportamentos nocivos do desenhista e como superá-los.

Claro que não estamos imunes de todos vícios, mas a ideia é fazer uma reflexão sincera e verificar aquilo que aparece no dia a dia e como podemos trabalhar tais dificuldades, se é que você quer trilhar por um caminho mais saudável.

1- Indisciplina

Caso o aluno procure um curso, subentende-se que ele quer aprender algo. Esse aprender algo vai requerer uma posição favorável às novas instruções, tais como comprometimento, obediência, etc.; tudo claramente sendo estimulado com o intuito de manter um aprendizado saudável. Mas se o aluno se posiciona com afronta ao que está sendo ensinado, com o intuito de fazer diferente do método e da proposta do curso, ele não terá chance de experimentar, muito menos aprender com a mentalidade nova que está lhe sendo transmitida.

Não basta estar presente. Mais do que ver e ouvir é preciso estar com a mente aberta para novas mentalidades. Sem disciplina o aluno não vai pôr em prática o que está sendo ensinado, tampouco terá a chance de desenvolver o que o professor ou o método tinha de promissor; pois, por mais que seja um curso, a eficiência deste ensino para o aluno simplesmente já está comprometida. A disciplina de colocar em prática depende muito de nossa receptividade, de nossa atenção e boa vontade de estar aberto.

2- Inconstância

Entendido o que precisa ser estudado e praticado, chega a hora de manter a repetição e ir aprimorando o que precisa ser aprimorado; mas, se o desenhista não se mantém fiel a um ritmo constante, ainda que seja mais lento que outros, seus resultados passam a oscilar incrivelmente, pois, interrupções no ritmo geram esquecimentos, recuo em sua perícia motora, cognitiva e criativa, e até mesmo poderá alimentar em si motivações para desistir, pois a queda em seu rendimento e a falta de comprometimento o faz alimentar a ideia do desinteresse. Perder paulatinamente o interesse pode ser uma resposta a estímulos vindos de fora, por isso ter claro o porque estar no curso, principalmente o motivo de querer aprender a desenhar melhor, precisa ser bem esclarecido, pois até mesmo iniciar o curso pode ser apenas o resultado de um estímulo vindo de fora, e não uma real necessidade de querer aprender mais. Por isso sempre fui favorável a incentivar quem gosta de fazer algo, e não porque está na moda, foi indicado pelo pai ou porque é uma fuga para um problema; mas, se está porque tem um interesse, é importante saber que perder o ritmo constantemente é um deslize que alimenta sua desmotivação para continuar, que por si só é um problema que se desemboca em outro.

3- Dispersão

Dispersar é algo que varia de pessoa para pessoa, mas no geral é quando direcionamos nossa energia e atenção para aquilo que não era bem o nosso intuito, o nosso interesse. Uma conversa, um aplicativo interessante, um vício que toma nosso tempo, são mecanismos que podem desgastar nossa experiência durante o tempo que deveríamos estar focados em uma única atividade, o desenho.

Aqui talvez seja um momento de se empenhar em ser mais estratégico, pois deixar as coisas rolarem vai perpetuar o erro. Nesse caso é preciso deixar literalmente afastado aquilo que suga nossa atenção, tal como, um smartphone, TV, computador, etc. No caso de estudos e práticas em casa, pode envolver outros problemas com atividades que são essenciais mas que tendem a surgir na hora errada e você se entregar a elas, por isso, ter um cronograma para seguir, inclusive, pode ser uma boa alternativa para evitar tais dispersões, pois você já inicia a atividade pensando nas tarefas que precisará executar.

4- Se estagnar pela falta de apoio e o preconceito

Enquanto uns desenhistas nascem em um contexto recheado de apoio, outros nascem num ambiente inóspito, a ponto de traumatizar desenhistas devido a aversão que algumas pessoas demonstram em relação a atividade do desenho, principalmente a profissão. Quem já não ouviu “Desenhar é coisa de criança!”, ou ainda se pegou sendo rebaixado quando foi trabalhar com isso e ouviu a famosa frase “Desenhar não é trabalho”.

O lado curioso da situação é que você cresce compreendendo que infelizmente não mudamos o preconceito do outro com tanta facilidade, pois são crenças tão enraizadas na criação de cada um, que tais pessoas simplesmente projetam o ponto de vista sem pensar e ofendem sem querer; com exceção é claro das que realmente querem fazer-nos algum tipo de mal, ao expurgarem seu preconceito. Mas não adianta, ou você se desvia dos ataques e desenvolve resiliência para superar isso, ou você será engolido pelos problemas da profissão. Desenhar naturalmente é seletivo, pois se você depende de incentivo, estará fora rapidamente quando as pessoas não apoiarem você.

5- Autodepreciação

Baseando-se na premissa anterior, alguns desenhistas embarcam na onda e apresentam o problema de depreciar-se injustamente. Mas não é porque ele não tem valor, nível, e sim porque foi convencido de uma inverdade que ele alimentou, criada na sua cabeça ou assimilada pelos comentários pejorativos em demasia que ouviu de outras pessoas sobre os desenhistas, e que lhes magnetiza de uma forma tal, a ponto de ficar difícil de outra pessoa reprogramar a sua noção de realidade. Muitos são grandes desenhistas, que deixaram o sonho de lado ao se concentrarem no ponto difícil do aprendizado. Alguns não desistem, mas sempre irão focar em pensar e ou citar as dificuldades que tem para justificar o seu comodismo de não crescer. Outros são do tipo que, mesmo sendo um fenômeno, mal entendem o valor dos elogios, pois sua pseudo-humildade lhe distancia do degrau que está, e consequentemente não lhe torna consciente daquilo que pode realizar, executar ou se comprometer, sentir a responsabilidade.

O desenhistas já sofre preconceito, mas se ele não se posicionar com humildade, reconhecendo o que ele realmente sabe ou não sabe, as pessoas irão projetar suas crenças limitantes e minar as motivações e oportunidades paulatinamente.

6- Bitolamento

Caso você tenha bons anos de experiência no desenho, perceberá que desenho requer não só a técnica, mas recursos adicionais para compreender e saber usar, ainda que seja pouco. Mas enquanto não sabemos o que é preciso para ir além, nosso pessoalismo e ponto de vista tendem a nos prender em comportamentos nocivos, seja ao focar unicamente num exercício ou prática, ou em um estilo de desenho, uma técnica de pintar, um método específico, etc. Quando isso é claramente um estilo adotado de forma consciente, não é problema, mas, pode se tornar um entrave grande quando este posicionamento lhe prende a um jeito de aprender e que limita seu aprendizado ao se deparar com um método ou mentalidade que lhe é apresentada. Livros e cursos podem lhe trazer uma pérola, mas se nosso bitolamento for grande, é possível que travemos nossa evolução no desenho por nos identificarmos sempre com um padrão que limita nosso crescimento. Novas mentalidades requer uma nova receptividade.

7- Arrogância

Enquanto uns podem cair no extremo, de se fazer de pequeno, outros pecam pela arrogância. Muitas vezes é aquele desenhista que desenha bem, possui habilidades incríveis, mas se sabota na convivência por querer sempre apresentar um tom de superioridade em relação aos demais. Isso é perigoso porque mesmo ele tendo um potencial enorme, dissemina a personalidade de alguém que ninguém quer ver por perto, e, ainda que sua habilidade seja algo favorável, as relações poderão ser cortadas e prejudicar suas oportunidades. Se isso é presente em um curso de desenho, provavelmente terá problemas com as novas instruções do professor, pois se o aluno que é assim tende a bater de frente com as instruções do professor, por achar que sabe mais. Querendo ou não isso deixa o desenhista fora da realidade, pois aquilo que poderia somar a vida dele passa a ser vetado pela relação desgastada que ele mesmo gerou; afinal, se o professor perceber que suas instruções não são mais receptivas pelo desenhista, ele não vai insistir para não desgastar ainda mais a relação.

Humildade e diplomacia para vencer esse problema é uma ótima estratégia, mas para perceber isso não é algo tão simples, pois nossas súbitas respostas são a vazão de um perfil automatizado, viciado. É preciso sair de casa, se precaver antecipadamente para pensar nas palavras, pois reprogramar vícios depende de uma preparação, não é algo que se faz em cima da hora.

Como pode ver são comportamentos comuns, mas que variam de pessoa para pessoa. E todos nós temos eles, cada um na sua medida; por isso é bom trabalhá-los, se quisermos nos qualificar para termos mais oportunidades como desenhistas. Pense nisso!

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