Impactos da pandemia na profissão desenhista

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Que a pandemia trouxe vários impactos na sociedade, isso é evidente, mas neste post vamos falar como ela ainda vem impactando a profissão desenhista e também estimular em você algumas reflexões sobre o que tem ocorrido, e se podemos fazer algo para amenizar os problemas que ela trouxe.

O curioso disso tudo é que, antes do ocorrido, a maioria das pessoas não estavam tão conscientes que, um acontecimento de tamanha magnitude fosse mudar tanto suas respectivas rotinas, principalmente pelo fato de afetar tanto a qualidade de vida de cada um, instigando-nos a fazer escolhas preventivas parecidas, porém muito diferentes daquilo que era habitual no âmbito profissional, dado que a mudança no mercado deu uma grande sacudida em todos os ramos.

Profissionalmente falando, com este acontecimento grande parte dos desenhistas tiveram a necessidade de se reinventar, dado que pelo fato dos diferentes ramos do desenho possuírem um índice de sucesso bem diferente entre si, o momento forçou uma mudança peculiar, moldada conforme o confinamento, a situação, e as demais medidas. Enquanto alguns ramos que antes eram pouco procurados cresceram, em virtude de novas demandas, outros que eram muito procurados tiveram uma grande perda, ou até mesmo levaram seus empreendedores a falência. Em parte isso se deu devido ao poder de compra das pessoas que diminuiu, fato que instigou os consumidores a priorizarem o básico, e assim deixando o desenho e serviços de arte em segundo plano; mas, isso teve diferentes contextos que inclusive instigou novos cenários e possibilidades. Mas para falar de tudo isso, vamos comentar por partes a seguir…

A revisão de sonhos antigos

Como muitos desenhistas talentosos guardaram aquela velha vontade de se tornar um desenhista profissional, mesmo por no passado terem partido para algum outro rumo profissional justamente por motivos que sobressaíam sua motivação, a pandemia acabou instigando alguns a reverem este sonho. Veja que, como o “lockdown”, que inicialmente era uma alternativa para conter a disseminação do vírus, teve como efeito colateral a crise econômica após haver a paralização das atividades profissionais, onde muitas pessoas acabaram perdendo o emprego, e, em detrimento deste processo, a queda na renda foi se instalando, forçando-os a rever totalmente as suas formas de trabalharem, justamente para manter a renda familiar. Na pandemia a imagem profissional disseminada no ambiente virtual, como forma de publicidade, gerou um ambiente favorável a mão de obra de diversos tipos de designers e alguns tipos de desenhistas. Pessoas que antes tinham uma loja física e viram a possibilidade de sair do buraco criando um site ou divulgando um produto nas redes sociais, requisitaram profissionais das artes. Assim o design e a ilustração foram uma das possíveis tentativas dos potenciais desenhistas profissionais, dado que a profissão de desenhista permite iniciar um negócio ou carreira com baixo custo, ainda mais tendo pessoas que precisam da sua arte contatando-lhe direta ou indiretamente.

Desafios intensificados

Quem é desenhista sabe que o ofício desenhista é um sonho dotado de muitos desafios; afinal, a falta de informação dos desenhistas perante o enfrentamento de alguns tabus da sociedade em relação a arte geram muitos conflitos, crises e muitas vezes desistências.

E quem está neste meio sabe que os desenhistas tem passado por algumas complicações, como: o aumento dos materiais que subiram nesse período pela própria inflação e escassez de produtos; clientes que perderam poder aquisitivo e passaram a ser mais seletivos na encomenda de uma ilustração, e se realmente deviam solicitar tais serviços; aumento no preço do papel e importação; a situação financeira que fez o desenhista rever despesas e gastos para continuar viabilizando o seu trabalho; e, muitas outras coisas que foram se tornando cada vez mais desafiadoras. Assim a pressão na vida do desenhista foi conciliar uma mente sã em meio a um bombardeio de problemas comuns que se intensificaram na pandemia.

Para quem desenha, já compreende que é preciso estar bem para conseguir um rendimento maior, até porque uma mente abalada por problemas tende a acontecer o oposto. Nesse momento de incertezas, preocupações, bloqueio criativo, ideias ruins, trabalhar entediado, fazer o trabalho por fazer e não por querer, começam a direcionar o desenhista para um fluxo tóxico, uma espécie de caminho sorrateiro que instiga o desenhista a perder sua performance, e consequentemente abrir portas para problemas mais graves.

Aqui é preciso mencionar a questão da desigualdade, até porque dizer que os desafios foram intensificados, não quer dizer que foram para todas os ramos ou para todos os desenhistas. Alguns, por exemplo, faturaram muito, mas não porque estavam num mercado promissor para todos, mas por subitamente estarem aptos para demandas específicas, tal como os adeptos bem emplacados no boom NFT; afinal, este não foi, e nem é um mercado garantido a todos, existem outras variáveis que caberia um outro post.

Com a pandemia, muitos desenhistas foram atrás de plataformas freelancers, até porque a demanda realmente aumentou; porém a grande mão de obra também despertou concorrência e aumentou a exigência dos desenhistas, um fato que minou a motivação de muitos desenhistas iniciantes que não sabiam dar os primeiros passos. E desenhista você sabe como é, testou, magou, desanimou; um acontecimento que deu uma peneirada na turma que pretendia dar um jeito na situação financeira através do desenho.

Muitas perdas

Com a pandemia vieram muitas perdas no âmbito familiar e social, exercendo assim um peso extra para as pessoas que já tinham que conviver com o seus problemas próprios no ofício. Se estamos neste mundo para uma experiência humana, isso é sem dúvida um dos pesos mais difíceis de lidar, principalmente se for um ente querido. Mesmo ainda em 2022 os falecimentos ainda são evidentes na timeline das redes sociais, ainda que tenha lá suas causas misteriosas, até mesmo nos surpreendendo com o grande número de desenhistas e artistas famosos nos deixando, um fato que nos ajuda a ter uma noção que ainda estamos tendo muitas perdas.

Novas descobertas

Quando falamos em descobertas, neste assunto um dos primeiros pensamentos que podem invadir nossa mente são aqueles relacionados à medicina. Mas a verdade é que quero comentar aquelas que se referem a própria personalidade. Antigas tradições diziam que evoluímos por impacto, e provavelmente seja isso um dos motivos que tenha nos forçado a enxergar coisas que antes não víamos, pois a pressão que a pandemia exerceu em nossas vidas, nos fez encarar algumas causas. Enxergar e observar com calma cada coisa dessa, com certeza nos ajuda a identificarmos soluções que antes não tínhamos visto e que agora são mais visíveis. O lado misterioso nisso tudo é que além dos problemas afetivos relacionados ao confinamento e as demais medidas, concomitante às sequelas da COVID-19, uso excessivo de medicamentos, politicagem e uma tecnologia desenfreada, tem feito aumentar o índice de problemas psíquicos, que surgiram durante a pandemia, tornando as pessoas instáveis e fragilizadas; e, sendo assim, não dá para cobrar com a mesma intensidade uma consciência sã para quem está atormentado, afinal, nem todos assimilaram este grande problema. Consultórios psicológicos e psiquiátricos estão cheios de pacientes por problemas relacionados ou impulsionados pela pandemia.

A politicagem é velha e em gigantescas proporções, mas existem pessoas de bem que estão se empenhando para nos tirar deste grande abismo, e as descobertas falam por si só, seja no Brasil e no Mundo. Porém acredito que todo o buraco que nos enfiamos terá uma melhor explanação após alguns anos, até porque o orgulho humano tende a ofuscar o que nós próprios estamos vendo; sendo assim, quanto mais conscientes, despertos, maiores chances de não nos meter em grandes enrascadas, coisa que esta pandemia até veio nos testar. Mas pelo visto, o futuro promete novas provas…

Saúde e informação comprometidos

Como se não bastassem os casos de suicídio e depressão que já haviam no mundo, os números dispararam durante a pandemia, principalmente com os problemas que surgiram com ela. Nos EUA, por exemplo, as tentativas de suicídio aumentaram em 31% em 2021, entre adolescentes de 12 a 17 anos, quando comparado ao ano anterior, segundo o CDC. Entre meninas este índice era 50,6% maior, com relação ao mesmo período. Um dos motivos está relacionado ao próprio isolamento, que inicialmente foi criado para reduzir o contágio, mas, como reprimiu as pessoas de atividades que estavam acostumadas, logo mostrou que era algo sério e comprometia outros setores da vida. Alguns tiveram sequelas da COVID, outros perderam o ritmo de trabalho após terem contraído a doença, enfim, foi uma rasteira atrás da outra. O curioso é que estas medidas tem posteriormente três estudos que tentam provar o contrário: Lancet (julho), Frontiers and Public Health (novembro), e universidade de Tel Aviv (outubro). Aí entra outro ponto da conversa, estamos vendo mesmo a verdade, ou distorções? Foi por esse e outros motivos que resolvi tirar minhas próprias conclusões pesquisando, e não confiando em tudo o que a mídia e as pessoas acreditam, afinal, o mau não tem bandeira e se corrompe fácil por dinheiro. Existe muita informação sendo suprimida.

Pesquisando mais descobri que bons níveis de vitamina D tinha a ver com uma boa estratégia contra o COVID-19 ao fortalecer o sistema imune, me instigando a valorizar melhor os banhos de sol, mas também a tomar cuidado com os excessos, afinal, o medo imposto na pandemia juntamente com o medo descontrolado das pessoas, as fizeram cair em extremos. A censura arquitetada, que inclusive foi deixando de ser velada, até aproveitou destes excessos das pessoas para manchar a imagem de coisas que são realmente benéficas.

Um novo posicionamento

Quem foi pressionado pelas circunstâncias, provavelmente assumiu novos posicionamentos. Alguns foram obrigados a reduzir temporariamente a própria renda ao cederem ao isolamento; outros tiveram de agregar uma forma de renda extra; há quem tenha ido morar de favor; outros que tenham mudado de profissão; e até mesmo alguns que foram morar na rua.

Em alguns casos os negócios aumentaram, principalmente pelas demandas que antes eram menores e deram um salto, como de serviços relacionados a entretenimento e marketing, veiculados através da internet e outras mídias, e que são como uma peça estratégica para alavancar as vendas de produtos e serviços. E quem foi um dos sortudos nessa questão? Um seleto grupo de designers e desenhistas! Veja que o número de sites relacionados a comércio eletrônico aumentaram 400% segundo a ABComm, uma demanda que requisitou mais designers e desenhistas para trabalhar no ramo e agregar ao trabalho de web design, game art, animação, e outros ramos. Mas é preciso lembrar que, são demandas que foram favoráveis a quem estava qualificado, não foi tudo tão mágico assim. Aqui cabe uma observação, de não tratar aquilo que é importante somente na urgência, até porque as oportunidades são rápidas e muitas vezes não se repetem; assim como diz o ditado búlgaro: “Agarre a oportunidade pela barba. De costas, ela é careca”; ou ainda considerando aquela máxima do filósofo Sêneca, que diz: “Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade”.

Para quem entendeu o que está acontecendo, já está tomando os seus cuidados, pois sabe que alguns problemas antigos ficaram evidentes pelo modo que a pandemia foi sendo “conduzida”, isso para não falar outra coisa. Muitos de nós possuímos uma tendência em desenvolver profissionalmente, meramente com técnicas; mas, é importante focar na formação humana para enfrentar estas situações, pois nos permite aumentar nossa proteção e nos preparar para atacar as adversidades que a vida nos põe a prova. Ler mais, desenvolver nossa comunicação com outras pessoas, estar aberto a novas mentalidades e principalmente nos tornar pessoas mais virtuosas, nos permitindo ir além do que a massa vê e alcança. Desenhar bem não é garantia de sucesso financeiro no desenho, porque faltam técnicas e competências que estão além dos livros de desenho; porém, mesmo o que é relativo ao sucesso financeiro não compreende todas as estratégias de vida, pois uma situação como a pandemia pode engolir todo o seu sonho, mesmo que você seja um talento multimilionário. A vida é mais que dormir, comer, trabalhar, divertir, até porque isso os animais também fazem. Nesta pandemia o destino nos forçou a ver importância de darmos um passo a mais, para ir além daquilo que o nosso desejo quer, e assim direcionar nossos esforços para algo que nos torne mais fortes, do mesmo modo que qualificamos um personagem em um jogo de vídeo game para melhor enfrentar um estágio, porém mais nobre. Em uma crise psicológica às vezes precisamos aceitar ajuda de pessoas preparadas; mas, num momento de sã consciência, algumas ações prévias são fundamentais, como: uma boa leitura, uma reflexão da situação, estar aberto a desenvolver uma nova mentalidade, o cultivo de competências que geralmente temos dificuldades; entre outras ações que possam ampliar nossa consciência; e você pode, basta criar a sua estratégia, a que melhor funcione, ou que alguém possa lhe passar. Ser desenhista e levar isso como uma profissão envolve alguns sacrifícios, mas é preciso abrir mão principalmente de hábitos que nos afundam sorrateiramente e nos deixam sempre na mesma; até mesmo não ficar vibrando baixo, pois, se queremos uma boa saída, precisamos estar conectado a esta outra realidade fazendo o coisas boas, pense nisso!

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