Fake news? – Tira #36

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Caso você seja desenhista, com certeza já se deparou com situações parecidas, mas, será que é fake news?

As pessoas atribuem significados e importâncias diferentes a imagens e objetos, principalmente quando a imagem não é muito nítida, definida ou clara, concomitante ao envolvimento de muitos fatores psicológicos e culturais. O curioso é que existem vários motivos para isso ocorrer, mas o principal e que inclusive já abordei aqui no blog, é a pareidolia, e que irei abordar mais ao final.

Um dos principais fatores disso ocorrer é a experiência pessoal; cada um tem uma história de vida única, com experiências, memórias e associações individuais que podem evocar diferentes emoções e sentimentos que variam incrivelmente, com base em suas vivências passadas.

Outro ponto é o contexto cultural, que desempenha um papel significativo na atribuição de significado a imagens e objetos; pois, o que é considerado importante, valioso ou simbólico, varia de cultura para cultura, e as pessoas são influenciadas por essas normas culturais em sua interpretação.

Há também a percepção subjetiva, um processo em que as pessoas tendem a projetar suas próprias crenças, valores e emoções nas coisas que veem. Isso pode levar a interpretações diferentes, mesmo quando a imagem ou objeto em si é o mesmo.

Até mesmo as emoções pessoais podem distorcer a realidade e desempenharem um papel fundamental na forma como as pessoas atribuem significado a imagens e objetos. Algo que evoca uma emoção forte em uma pessoa pode não ter o mesmo impacto em outra.

As pessoas fazem associações pessoais com imagens e objetos com base em suas experiências anteriores. Essas associações podem ser conscientes ou inconscientes e influenciam a forma como percebemos e valorizamos esses estímulos visuais.

De qualquer modo a pareidolia com certeza permeia todos os acima. Afinal, ela é um fenômeno psicológico quando damos significância a imagens ou sons aleatórios sem uma real intenção, uma súbita atribuição ao ver um emaranhado de detalhes que nos instiga a elucidar algo distinto, significativo. Você já deve ter visto uma situação onde reconheceu algo, mas era outro; já teve medo de um emaranhado de detalhes em uma cena, mas era outra coisa ou objeto inocente. Por exemplo, você já deve ter visto uma tomada em um focinho de porco; possivelmente reconheceu um rosto em uma tomada; ou ainda viu formas de animais ou humanas em nuvens, onde até considero este último exemplo o mais comum de acontecer. Na mídia mesmo já vimos algumas vezes, notícias onde as pessoas venerarem uma imagem ou objeto pelo fato de se parecerem com uma imagem que tradicionalmente é sagrada, e que julgam ser uma manifestação divina, milagrosa; mas, claro, aqui não quero fazer juízo de ser ou não verídicos tais acontecimentos; mas destacar que em alguns casos é notório o desconhecimento do fenômeno que pode levar a esta interpretação, e consequentemente gerar situações embaraçosas.

O legal é que no desenho podemos usar tudo isso a nosso favor se quisermos, tal como abusar das ilusões de ótica, de detalhes que parecem algo, mas são usados para outro entendimento, como se fosse um duplo sentido, entre muitas outras aplicações. Uma forma de se beneficiar da pareidolia ao desenhar é usar as “faces” ou padrões que você enxerga em objetos ou texturas como ponto de partida para criar personagens, paisagens ou abstrações artísticas. Isso pode estimular sua criatividade e resultar em obras únicas e interessantes, aproveitando a tendência natural do cérebro humano de encontrar significado em formas aleatórias.

Em resumo, o fenômeno pelo qual as pessoas reconhecem significados diferentes em imagens e objetos é uma manifestação da natureza subjetiva da percepção humana, influenciada por experiências individuais, contexto cultural, emoções pessoais e associações individuais.

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