Como eu descobri um caminho profissional como desenhista

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Hoje vou compartilhar um pouco da minha história, principalmente como eu descobri um caminho profissional como desenhista trabalhando em casa, o famoso “home office”.

Em principio pode parecer apenas uma curiosidade para muitos, mas, tratando-se de arte eu sei que compartilhar isso também é uma utilidade pública, dado que ser um desenhista profissional, é um bicho de sete cabeças para a grande maioria dos iniciantes nesta carreira, ainda mais nos dias atuais em que as novas tecnologias e as mudanças do mercado vem colocando pânico nas pessoas. Mas, vamos lá!

Minha jornada como desenhista começou de forma autodidata, quando percebi que tinha um talento natural para o desenho ao ser elogiado por familiares ao copiar desenhos que seriam complexos para a maioria das pessoas. Também notei minha diferenciação quando era requisitado por colegas de escola para auxiliar em projetos escolares. Até alguns colegas de escola me pagavam para fazer alguns desenhos; era pouco, mas receber por algo que eu tinha facilidade em fazer, ainda que gastasse um tempo, me fez ver que eu tinha uma habilidade diferenciada da maioria. A paixão por criar desenhos me levou a buscar aprimoramento em livros e revistas de desenho, dado que eu só copiava até então, pois, até o final da adolescência eu já fazia retratos realistas, ainda que fosse em uma técnica não tão apurada. Eu só decidi fazer um curso de desenho em uma escola local quando um amigo de trabalho da época, entre meus 18 e 19 anos, me disse que havia uma escola de desenho em minha cidade. Lá neste curso o meu foco não era apenas copiar desenhos, mas entender como criar minhas próprias obras. Eu acabei entendendo, mas descobri que aprender desenho é um aprendizado para a vida inteira.

Mas foi durante o curso que descobri uma habilidade especial e natural para ensinar, e os colegas frequentemente me procuravam em buscar orientação. Minha capacidade de transmitir conceitos de desenho de maneira clara chamou a atenção do professor, que me convidou para auxiliá-lo na sala de aula e até mesmo substituí-lo em suas esporádicas ausências. Foi aí que percebi que tinha uma didática para o ensino do desenho. Isso me inspirou a aprofundar mais os meus conhecimentos, lendo livros sobre desenho e explorando diferentes métodos. Para complementar minhas habilidades, tinha feito cursos de informática e empreendedorismo, filosofia, e que me proporcionaram as ferramentas necessárias para construir um futuro profissional mais sólido, e entender o que acontecia comigo e com os desenhistas. Mas a natureza de artista é muito emotiva, e tende a nos levar para caminhos de velhas crenças limitantes e a uma vida conturbada, polarizada em extremos que muitas vezes não nos leva para frente. Mas saber aos poucos disso já era um diferencial para saber por onde caminhar. Nisso a proposta de tentar montar uma escola de desenho só ficava no papel, ainda que eu tentasse buscar informações e criar um projeto simples. Os serviços de desenho eram escassos na minha região, e eu não sabia como melhorar isso muito bem, ainda que soubesse fazer caricaturas, retratos, ilustrações diversas e dominar programas gráficos.

A virada começou a dar sinal quando um amigo do curso me aconselhou a criar um blog para compartilhar meu trabalho, conhecimento, e expor um portfólio na plataforma gratuita do WordPress; afinal, quem não é visto não é lembrado, tão pouco requisitado. Assim, por volta do final de 2008 comecei a postar meus desenhos e dicas, e ao longo do tempo, eu tive um feedback positivo dos visitantes, e também descobri a chance potencial de monetizar meu talento online. Então decidi registrar no ano seguinte o domínio “desenhoonline.com” onde comecei a comercializar pequenas páginas em PDF com o conteúdo de desenho. Com o tempo, expandi isso para três níveis de cursos e dois e-books. Olha a coragem, eu comecei colocando 1 aula a venda com 4 páginas, após 3 aulas gratuitas, e mesmo assim vendia todo dia no formato de e-book. A partir daqui comecei a ter pedidos de desenho por e-mail, trabalho mesmo. Recebia tantos que comecei a repassar desenhos para outros desenhistas.

À medida que minha audiência crescia, percebi a oportunidade de transformar meu blog em uma plataforma completa para desenhistas. Comecei a promover concursos de desenho, a conduzir entrevistas, criei podcasts sobre desenho, compartilhei notícias sobre desenho e arte, ofereci promoções relacionadas ao mundo do desenho. E para provar a seriedade do trabalho, tenho registrado no blog diversas parcerias com marcas de materiais de desenho, lojas online, entre muitos outros sites que queriam fazer uma parceria.

Finalmente, percebi que minha verdadeira vocação era combinar minha paixão pelo desenho com minhas habilidades empreendedoras e conhecimentos de filosofia para resolver problemas. Então comecei a oferecer cursos em videoaulas para ensinar a arte do mangá pelo site desenhar.top, ao mesmo tempo, pude proporcionar entretenimento e informação para a comunidade de desenhistas através do desenhoonline.com.

Foi essa jornada que me permitiu não apenas seguir minha vocação pelo desenho, mas também construir um negócio sólido que me permite compartilhar o que sei e inspirar outras pessoas a explorar seu próprio potencial artístico. Assim continuo trabalhando como ilustrador para atender as demandas que recebo, assim como as artes do blog, e ainda realizando trabalhos prazerosos, como o de game designer e outros serviços artísticos através de plataformas freelancers.

É um resumo, claro, mas me fez ver que cada pessoa precisa construir a sua história, e mesmo ouvindo que devemos seguir um caminho de carreira, percebi que nossa imperfeição e personalidade expressa uma repulsa em repetir partes de um caminho que outros desenhistas profissionais fizeram e fazem, ainda que eles sejam uma inspiração. E até pode ser um sacrifício grande se fizermos isso, dado que cada um está em um contexto diferente. Basta colocar nosso coração para nos direcionar a aprender fazer boas escolhas, e estar atento para um benefício recíproco, afinal, profissionalmente falando, dá certo quando resolvemos o problema de outras pessoas fazendo aquilo que gostamos e estamos dispostos a enfrentar, colocar o gosto sempre na frente dessa relação comercial é “dar murro na ponta de faca”. Por isso é preciso saber também se há demanda. De que adianta investir em algo que gostamos mas que não tem tanta saída? Trabalhar com desenho mesmo envolve mais de 30 profissões! Foi por esse motivo que escrevi o livro “Desenhista como ganhar dinheiro com seu talento”.

O legal é que essa aventura só você pode trilhar, e não adianta querer copiar alguém, pois você é especial de alguma forma, só precisa se concentrar em seus pontos fortes e reconhecer as suas fraquezas para enfrentar o contexto em que vive.

Fonte da imagem: Pixabay

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