Ofício desenhista: será que estou no caminho certo?

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Essa com certeza é uma dúvida que assombra muitos desenhistas, e que pode surgir tanto para um desenhista iniciante quanto para um desenhista veterano. Por incrível que pareça, ela pode dar uma baita dor de cabeça.

No caso dos iniciantes, o problema surge mais pela dificuldade no aprendizado, momento em que ele remói na cabeça se realmente tem dom ou não para desenhar. Para os veteranos, o problema está mais relacionado com a dificuldade em se estabelecer no mercado. Mas aí voltamos na seguinte questão:

“Como vou saber se estou no caminho certo?”

 

Para quem é iniciante ou está há algum tempo tentando levar o ofício como hobbie

Provavelmente você já ouviu os seguintes comentários: “Desenhar é para quem tem dom!”, “Eu não sei desenhar nem um boneco palitinho”, etc. Sim, são comentários comuns como estes que ouvimos e que inevitavelmente nos afetam quando passamos por dificuldades no aprendizado; entretanto, é importante salientar que muitos que disseram isso, mal estimularam a prática do desenho, e nosso cuidado é nos observarmos com mais atenção para não tirar conclusões precipitadas.

Mesmo os grandes desenhistas passaram e passam por dificuldades, mas nem por isso desistem. A persistência e o esforço que tiveram foram desenvolvidos e estimulados pelo grande gosto que tinham no desenho, ou seja, muita vontade de aprender. Mas, também existem muitas pessoas pelo mundo com talento para o desenho; porém, por não terem interesse em desenhar, não se profissionalizaram, muitos inclusive nem praticam.

O que diferencia uma pessoa que não tem dom para uma que tem, é que esta última nasceu com uma predisposição para desenhar; ou seja, tem naturalmente uma natureza de artista, e por isso possui algumas noções já desenvolvidas, mas que mesmo assim também precisa de aperfeiçoamento. Se dom fosse tão decisivo assim, todos que tem dom não precisariam estudar, muito menos de treinamento. Desenhar bem é um aperfeiçoamento que leva tempo, seja para quem tem dom ou não; afinal, ninguém nasceu com um lápis na mão desenhando.

Outra coisa que faz diferença, é o método que aplicamos, seja de algum livro ou mesmo transmitido por um bom professor de desenho, como é o caso da norte-americana Betty Edwards, que além de ensinar, publicou uma obra bastante interessante e útil, “Desenhando com o lado direito do Cérebro”, onde ela mostra inclusive que aprender a desenhar, qualquer um pode, basta estimular o hemisfério direito do cérebro com exercícios específicos. Seu livro inclusive é referência em diversas escolas de desenho.

Um critério bacana para saber se você está no rumo certo, é datar seus desenhos e começar a observar se há melhora ao longo do tempo, do contrário, não há como medir conscientemente, já que muita das vezes tiramos conclusões fantasiosas e sem fundamento. Isso vale tanto para os métodos que você está aplicando de livros quanto aqueles transmitidos por um professor. No caso dos autodidatas, o processo é o mesmo.

É bom analisar se de fato você gosta de desenhar. Muitos entram nessa porque se vislumbram mais com os fins, mas desconsideram os meios, que nesse caso seria desenhar. É a mesma coisa que se você ficasse encantado com alguma história em quadrinho e resolvesse criar e desenhar uma também, sendo que depois você descobriria que desenhar é mais uma encheção de saco. Por isso, antes de continuar insistindo como desenhista, procure conhecer-se a si mesmo e avaliar se o ofício desenhista realmente tem a ver com sua natureza, seus anseios, seus sonhos. Tudo nessa vida envolve dificuldades e esforço, e por isso, só aquilo que realmente gostamos é que nos deixam motivados a superar as dificuldades. Além disso, é interessante que você converse com seus pais e amigos, pedindo a eles que expressem como lhe vêem, se gostam dos seus desenhos, se acham legal e se veem você contente no ofício.

 

Para quem está há algum tempo no ofício mas quer levá-lo como profissão

Como muitos já devem ter visto, não só o ofício desenhista como a arte em si, ainda são desvalorizados em nosso país, resultado de uma mentalidade errônea que se instalou na sociedade e que com certeza atrapalha o nosso trabalho. Quem é desenhista há algum tempo, provavelmente já recebeu pedidos de desenho de graça; até digo que alguns até merecem receber esses pedidos, porque justamente desvalorizam o próprio ofício ao fazerem desenhos de graça para o primeiro “Zé mané” que aparece. Isso é uma dificuldade que todo desenhista pode passar, mas este ainda não é o caso.

Como saber se encontrou o rumo certo na profissão desenhista? Basta observar se há um crescimento profissional combinado com uma satisfação pessoal. Isso é medido ao longo do tempo, momento em que nossa identidade de desenhistas se encontra com uma boa demanda ou um emprego; mas, isso vai depender de saber vender o seu peixe e de encontrar o estilo de desenho que mais lhe agrade. Se já está há algum tempo tentando na profissão e não obteve nenhum resultado, com certeza falta algo, que pode ser relacionado tanto com falta de qualificação da sua técnica ou mesmo de marketing pessoal.

Um grande erro é ficar acomodado com os mesmos resultados quando no fundo o objetivo é crescer. Apesar de alguns tropeços, nosso objetivo deve ser sempre direcionado para cima. Se o problema é qualificação, faça um curso, estude bastante e leia bons livros e revistas de desenho. Se o problema é falta de oportunidade, procure sempre estar informado das notícias e classificados, sejam  de jornais, TV, internet ou qualquer outra fonte. Cursos de marketing pessoal ou mesmo empreendedorismo, são excelentes agregados para lhe ingressar rápido no mercado. Não basta ser artista, há que saber vender o seu peixe, e para isso há um caminho, não é de qualquer jeito.

Há também quem entrou nessa mais pensando em ganhar dinheiro e se esqueceu de analisar a própria motivação para trabalhar com isso, o que com certeza vai resultar em grandes dificuldades financeiras e finalmente na desistência, além de ser chato. Desenhar pode parecer brincadeira para alguns, mas como profissão é mais difícil do que muitos imaginam.

Em resumo, digo que desenhar precisa encaixar em sua vida como uma luva, e se for mesmo sua praia e conseguir atuar conforme os seus gostos, com certeza vai ser bastante prazeroso, mesmo considerando as adversidades do ofício desenhista.

 

Então é isso, espero que você tenha gostado desse post. até mais!

2 comentários sobre “Ofício desenhista: será que estou no caminho certo?

  1. Oi eu nasci já boa em desenhar mais nem tanto sou boa em fazer animais mais queria dicas para deixar meus desenhos realistas tem alguma dica ?

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